UNIFOZ PARTICIPA DE SEMINÁRIO SOBRE COMBATE AO TRABALHO INFANTIL EM FOZ DO IGUAÇU

Evento reuniu autoridades nacionais e internacionais e contou com a participação de acadêmicos da instituição
A Unifoz participou do Seminário “Enfrentamento ao Trabalho Infantil: Capacitação para Atuação e Julgamento na Perspectiva da Infância e Adolescência”. A abertura oficial aconteceu na última quinta-feira (8) no Hotel Bourbon Cataratas Resort, em Foz do Iguaçu. O evento, que seguiu na sexta (9) é promovido pela Escola Judicial do Tribunal Regional do Trabalho da 9ª Região, com apoio do Programa Regional de Combate ao Trabalho Infantil e de Estímulo à Aprendizagem (PCTIR) e da AMATRA IX.
A instituição esteve representada pela diretora-geral Soraya Sotomaior Justus e pelo diretor acadêmico Conrado Sotomaior Justus, que acompanharam as atividades ao lado de professores e acadêmicos do curso de Direito.
A programação teve a abertura oficial com a conferência do Ministro do Tribunal Superior do Trabalho (TST) Evandro Pereira Valadão Lopes, que defendeu a adoção de protocolos judiciais com foco na infância e adolescência.
“O juiz do trabalho é um agente de transformação social. Precisamos olhar para além dos processos: enxergar o sofrimento e a vulnerabilidade das crianças envolvidas é um dever do Judiciário,” destacou o ministro.
Outro momento marcante foi a palestra internacional do juiz Sérgio Javier Molina Martínez, ex-conselheiro da Judicatura Federal do México, que abordou os impactos do trabalho infantil na América Latina e a responsabilidade das instituições públicas em sua prevenção.
Durante a programação, o Presidente do TRT da 9ª Região, desembargador Célio Horst Waldraff, também se pronunciou. Ele fez uma defesa enfática da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), criticando o senso comum que associa sua origem à Carta del Lavoro do regime fascista italiano.
Segundo o desembargador, “a CLT não foi inspirada em Mussolini, como muitos ainda repetem. Sua verdadeira base filosófica vem da Rerum Novarum, encíclica publicada pelo Papa Leão XIII, em 1891, que defendeu os direitos dos trabalhadores e inspirou a criação de dispositivos trabalhistas em todo o mundo”. Waldraff fez referência à eleição do novo papa Leão XIV horas antes.
Ele destacou que o espírito dessa encíclica precisa ser revivido e resgatado pelas instituições contemporâneas, como forma de valorizar a cultura do trabalho digno e a proteção social. “Trata-se de algo cultural, de profunda inspiração humanista, e que deve ser abraçado por todos os setores da sociedade”, concluiu.
O seminário discutiu ainda experiências práticas de enfrentamento ao trabalho infantil, o papel das instituições de justiça e as formas de atuação intersetorial para garantir proteção integral às crianças e adolescentes. Para a Unifoz, a participação no evento reafirma o compromisso com uma formação jurídica sensível, ética e socialmente responsável.

Legenda sugerida para foto:
Ministro Evandro Lopes e autoridades durante o seminário: reflexões sobre justiça social e os direitos das crianças e adolescentes no combate ao trabalho infantil.

Foto: Laércio de Mello